Martin Niemoeller confessou: “Enquanto Hitler perseguiu e
despojou os judeus, nós os luteranos não protestamos, porque não somos
judeus... Até que chegou a nossa vez e não sobrou ninguém para protestar em
nosso favor”. Se o pastor luterano, aprisionado pelos nazistas, visse na
televisão de hoje, os processos contra o pastor Silas Malafaia, provavelmente
não comentaria: “Bem, isto não é comigo, minha igreja não é neopentecostal...”.
A coisa começou numa “parada gay”, em São Paulo, durante a
qual símbolos da Igreja Católica Romana foram desrespeitados e debochados. O
fato óbvio de Malafaia não ser católico não o impediu de protestar à sua
maneira sempre veemente, contra uma pública agressão à liberdade religiosa,
defendida solenemente pela atual Constituição da República Federativa do
Brasil. O mérito dos processos contra pastor sugere que homofobia não pode, ao
passo que cristofobia pode.
Em situação um tanto semelhante, quando o assunto foi quem
tem direito a posições de poder, Jesus foi enfático: “Como o Filho do Homem,
que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de
muitos” (Mateus 20. 28). Os paradoxos da Bíblia quase sempre nos desafiam e
incomodam. O mesmo Jesus que nos diz serem “bem aventurados os pacificadores” também nos adverte que “Eu não
vim trazer paz à terra, mas espada...”. Chegará um dia quando, certamente,
cristãos “cidadãos dos céus” entrarão na vida eterna com Cristo. Até lá, porém,
este mesmo Cristo espera que nós, também cidadãos da Terra, nos empenhemos em “servir”
e dar a nossa vida em benefício de muitos, mesmo que não sejam membros de nossa
própria igreja.
OLAVO FEIJÓ - Pastor, professor de Psicologia
(Texto extraído do O Jornal Batista de 29/04/2012)
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