Onde errei?
Pergunta comum feita por salvos que veem seus filhos adentrando o caminho da
perdição. Filhos “criados”, não educados, na igreja. Foram alunos de todos os
departamentos da igreja. Cantaram em todos os coros graduados. Foram levados à
igreja, mas não foram conduzidos a Cristo, como Salvador e Senhor. Os pais
delegaram à igreja o dever de instruir seus filhos no caminho do Senhor.
Enquanto organização, a igreja não consegue cumprir o seu papel evangelizador,
por estar preocupada com intrincados programas de sobrevivência. Não há uma
ação específica para substituir os pais, a família. Enquanto comunidade, a
igreja não consegue influenciar, pois abriga no seu rol de membros, pessoas não
salvas, que desqualificam o Evangelho. As crianças são propensas a destacar os
exemplos negativos. Estes existem em abundância dentro do rebanho. Na maioria
das vezes são erros cometidos pela liderança, o que enfraquece ainda mais o
poder persuasivo da mensagem que se tenta transmitir.
Ao ver os filhos
adentrando o caminho das drogas, aceitando como normal os relacionamentos
imorais com pessoas não salvas, e às vezes com os que se dizem salvas.
Integrando o grupo dos desordeiros da cidade. Embriagados nas loucas madrugadas
com suas baladas, com pessoas que desconhecem o significado do que seja
família, o salvo indaga angustiado: Onde errei? Por que não consigo influenciar
meu filho/filha com as verdades da Palavra de Deus? A resposta exige
introspecção mais profunda, feita com seriedade de quem deseja sinceramente
arrepender-se do erro cometido. O arrependimento tardio é melhor do que o não
reconhecimento do erro praticado.
Na história de
Israel encontramos a resposta com as devidas explicações para as angústias dos
pais e famílias modernos, que estão perdendo os filhos para o pecado. Pais que
observam com redobrado horror a desgraça que envolve vidas por eles geradas.
Geraram filhos para a felicidade. Para povoar o céu, mas que estão povoando o
inferno, como vítimas de Satanás.
Nos momentos que
antecederam a entrada do povo na Terra Prometida, Deus através de Moisés, deu
aos pais orientações claras de como educar e preparar a futura geração que
habitaria Canaã. São preceitos simples, de fácil compreensão, cuja execução daria
ao futuro Israel o direito de viver na Terra Prometida como povo especial.
Moisés repete os mandamentos, as leis recebidas no deserto e deixa claro que
caberia aos pais continuar o processo educativo das futuras gerações. Não
seriam os levitas e os sacerdotes os responsáveis para manter acesa a chama da
comunhão com o Senhor. Mas, sim os pais.
Diz Deuteronômio
6.6-7: “Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as
intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa,...”. Método
simples para manter por séculos futuros a comunhão do povo de Deus. Processo
que ainda hoje dá resultado positivo nas famílias que o adotam como norma de vida.
Filhos reunidos ao redor da mesa. Bíblia aberta. Família em oração.
Responsabilidade exclusiva dos pais. Não diz “se seu filho quiser”, “se seu filho
desejar”, Deus sabe que a natureza pecaminosa, inclusive das crianças, não
deseja comunhão com o Senhor.
A geração que
saiu do Egito pereceu no deserto. A geração que adentrou a Terra Prometida
permaneceu comprometida com Deus. Surge a terceira geração. O cronista do livro
de Juízes resume em poucas palavras, mas trágicas, o que ocorreu com os netos
dos que saíram do Egito. “... e outra geração (a terceira) se levantou que não
conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel” (Juí. 2.10). O
vovô era salvo, crente piedoso. Os pais continuaram, com alguma dificuldade, o
culto antigo. Tradicional, se diria hoje. Mas os netos eram totalmente arredios
aos princípios estabelecidos por Deus. Quem errou? Onde começou o erro que o
livro de Juízes registra com suas múltiplas tragédias? Culpa dos netos? Não! Os
atuais habitantes da Terra Prometida não conheciam a Deus. Não sabiam dos
grandes feitos realizados por Deus no meio do seu povo. O culto doméstico foi
abandonado e desprezado. Os pais não assumiram a responsabilidade de ensinar
aos filhos os caminhos do Senhor. Resultado: Uma geração inteira que não
conhecia a Deus. Havia algumas exceções que continuaram a praticar a ordem
divina. É o caso de Ana: “Por este menino orava eu, e o Senhor me concedeu a
minha petição...” (I Sam. 1.27). Deus sempre ouve e continua ouvindo as orações
dos pais que colocam os filhos no altar, antes mesmo de os gerar e os levam
depois de gerados ao altar do Senhor.
O retrato sem
retoque da sociedade atual é o resultado da falta de oração dos pais salvos por
seus filhos. Portanto, não pergunte: Onde errei? Mas, porque deixei de orar com
e pelos meus filhos? Os que levam a sério a ordem divina (Deut. 6.7), ouvem com
alegria o testemunho e o resultado de suas orações: “Trazendo à memória a fé
não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua
mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (II Tim. 1.5).
A sociedade
violenta seria diferente, as igrejas também, se os pais salvos reservassem
tempo específico diário, para falar de Jesus a seus filhos. Sempre é tempo de
inovar e recomeçar. Leve seu filho/filha a Cristo, como Salvador. Isto só lhe
trará alegrias. Não custa experimentar.
Julio Oliveira Sanches
O Jornal Batista
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