A conversa de Jesus com Nicodemos foi registrada pelo evangelista João. Por mais que Jesus o conduzisse a reconhecer a necessidade de arrependimento, não conseguiu. O arrependimento é uma questão que envolve amor. João interpreta, ao terminar a conversa, onde residia o problema. “A Luz veio ao mundo e os homens amaram as trevas em lugar da Luz”.
O arrependimento só acontece quando há uma troca de amor. Nas igrejas onde frequentei, sempre havia pessoas mais dispostas a servir do que a arrepender-se. Servir tem muitas motivações (algumas até carnais), mas arrepender-se só tem uma: o amor. Ou amo a Deus ou amo o pecado. É impossível amar a Deus e o pecado ao mesmo tempo. Em I João 2.15, o evangelista diz a mesma coisa. Ele afirma: “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.
O amor de Deus é exclusivo. João 3.16 esclarece tudo. Através de seu Filho Deus se humilhou. E por que se humilhou? Por amor. Em consequência de seu amor por nós, Ele veio ao mundo na pessoa de seu Filho. Ele sofreu sem merecer. E por que sofreu? Por amor a nós. Como prova de nosso amor a Ele, o que Deus espera de nós? Arrependimento.
Vamos a uma aplicação prática do que estamos afirmando. Nós, os batistas, temos depositado fé no nosso crescimento, em programas, estratégias, campanhas (bem... é melhor que nada fazer), mas o crescimento tem sido pequeno. E qual é a causa? Falta arrepender-nos da nossa falta de amor. Falta amor para com a vizinhança de nossas igrejas locais, aos nossos parentes e amigos (e até para com os irmãos). Agimos como? Como se fossemos juízes. A Igreja só julgará o mundo na volta de Cristo, não agora. Agora precisamos nos arrepender da falta de amor a Deus, que redunda, ao mesmo tempo, na falta de amor aos que não estão em Cristo. Veja o que acontece com nossos sentimentos com relação aos não convertidos. Julgamo-nos melhores do que eles, por não fazermos as coisas que eles fazem. E por isso os condenamos. Esse sentimento de juízo afastam as pessoas de nós. Alguém perguntará: Bem, como vamos falar de arrependimento se não lhes informarmos de que o que fazem é errado? Pergunta errada, provinda do nosso orgulho. Por que Nicodemos não se arrependeu? Por que se julgava melhor que as outras pessoas. Ele jejuava, praticava a Lei, ensinava os outros a respeito do novo nascimento (ritual que os gentios tinham de passar e que os doutores da Lei lhes ministravam). Os gentios tinham de decorar algumas orações, serem mergulhados (pois os gentios foram mergulhados na travessia do mar), e passar pela circuncisão, e isso era chamado novo nascimento. A pergunta surgia na cabeça de Nicodemos: Ele não pode estar falando de mim. E não é isso que pensamos de nós mesmos?
O não convertido só vem a Deus através de nossa manifestação de amor por ele, não da nossa manifestação de que somos melhores do que eles. O que o mundo tem necessidade é de amor, e quando percebem que os amamos, querem saber por que os amamos, e descobrem que o amor que temos por eles, tem origem em Deus. Aí vem o arrependimento. Eles perguntam a si mesmos: Por que não amamos como eles se amam e nos amam? Arrependem-se do seu orgulho na salvação pelas obras, da sua falta de amor, do seu amor pelas trevas, ao invés de amor a Deus. É um mistério que se revela. O crente é como o vento. Ninguém sabe explicar o que ele é, e porque ele é o que é. Isto está na conversa de Jesus com Nicodemos. A resposta que Deus espera do seu amor por mim, é essa. Ou seja, que eu ame o pecador como Ele me amou. E como me amou? Dando seu Filho para ocupar o lugar que era meu no Calvário. Essa é a resposta que tem faltado darmos a Deus. Devemos amar o próximo, como Ele nos amou. É isso que o mundo está esperando ver em cada um de nós. Como espero que Deus e o meu próximo, vejam isso em mim!
Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB
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