A Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável acontece na cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de assegurar um comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes.
Mas qual é a razão do nome Rio+20? Em 1992, a comunidade internacional esteve reunida no Rio de Janeiro numa importante conferência sobre o meio ambiente e na ocasião optou pelo respeito à biodiversidade e pela retirada de populações da linha de pobreza. Um discurso esperançoso, que, na prática, pouco ecoou. Vinte anos depois, a ONU promove novamente uma grande conferência no Rio, para discutir os mesmos temas e agora com um caráter mais emergencial. O Rio torna-se, mais uma vez, a capital mundial do meio ambiente, abordando temas como a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.
Numa visão espiritual e como verdadeiros mordomos do Senhor, não podemos deixar de considerar e nos interessar por um assunto tão relevante como este. Ainda que muitos possam pensar que esta temática nada tem a ver com a igreja. Quando estudamos a Bíblia Sagrada logo somos desafiados pelo Espírito Santo de Deus a também nos posicionarmos neste tempo em busca de soluções para a realidade do planeta.
Quando pensamos em desenvolvimento sustentável, falamos sobre o estilo de vida que é necessário ser adotado em nossos dias. Tem sido alertado que “se todos mantiverem seu estilo de vida insustentável, precisaremos de cinco planetas para suprir nossas demandas. Temos de considerar os limites dos recursos naturais. Não para viver de forma mais pobre, e sim de um modo mais inteligente”.
Olhando para o nosso Brasil, constatamos uma necessidade urgente e uma tomada de posição em relação a grandes temas, tais como: desenvolvimento econômico, social e ambiental, economia verde, crescimento urbano, combate à pobreza, à desigualdade, à emissão de gases-estufa, ao desmatamento na Amazônia, etc. É necessário projetar que planeta desejamos deixar para os nossos filhos e netos, pelo menos para os próximos 30 a 50 anos.
A Bíblia declara que “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu” (Salmo 24.1,2). É necessário neste tempo cultivar um diálogo entre a Teologia e a Ecologia, com o propósito de se favorecer um entendimento dos cristãos, com o objetivo de que estes possuam uma visão científica sobre a preservação do ambiente e assim, influenciar também os ambientalistas e ecólogos a adquirirem uma compreensão teológica sobre este tema, visando trazer benefícios para a sociedade. “Com isto estamos dizendo que a Teologia deve interessar-se pelo debate ecológico e enfrentá-lo como um diálogo, necessário e urgente, entre as ciências da fé e as da natureza. Então poderia ser de outra forma, visto que, nesse debate, o que se questiona é a realidade do mundo e o futuro do homem, coisas que dizem respeito ao raciocínio teológico da mesma que dizem respeito à biologia, à sociologia, à economia ou à ecologia”(Pena, Juan L. R. de la. Teologia da criação. São Paulo: Loyola, 1989, p.155).
A visão de que a Terra é do Senhor e que Ele estabeleceu regras que devem ser observadas para o bem do próprio homem, visando o bem-estar do mesmo e a glória do Deus criador, nos conduz a um processo de construção de uma sociedade que respeita os limites da sustentabilidade. Neste processo a igreja ocupará também o seu papel como agência de transformação neste mundo, como sal da terra e luz do mundo, pois como declara as escrituras em Romanos 8.19: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus”.
Vitor Hugo Mendes de SáPastor da PIB do Pará
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