Tem ouro, mas falta Jesus


     Nos primórdios da Igreja, esta não possuía riquezas materiais. Não havia templos suntuosos. Usavam-se as sinagogas por “empréstimo”, o que significava em alguns momentos e lugares a expulsão dos pregadores. Não havia seminários para preparação dos futuros pastores do rebanho do Senhor. Os pastores eram formados mediante discipulado contínuo. A biblioteca era simples. Apenas a Torá com mais alguns pergaminhos escritos pelos profetas ou amanuenses. Sem nada possuir a Igreja revelava profunda comunhão e comprometimento com Jesus Cristo. Nada de ausência de amor entre os seus membros. Quando solicitados a intervir na vida do pecador carente, os membros da Igreja podiam repetir com autoridade: “Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: não tenho prata nem outro, mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3.4b- 6). O resultado é conhecido de todos os salvos por Jesus.
     Hoje a Igreja tem todos os bens materiais necessários a profícuo ministério. Estrutura invejável e os melhores aparelhos de comunicação. Possui templos suntuosos, com assentos estofados e confortáveis. Tem à disposição as maravilhas da mídia. Os “melhores” comunicadores, com sapiência invejável. Mas, falta o mais importante: Falta Jesus. Não há poder para dizer: “Não temos prata nem ouro”, mas temos Jesus Cristo, o Nazareno e o oferecemos como único que pode reverter a vida de qualquer pecador arrependido.
     Em recente viagem, a Portugal, França, Espanha e Marrocos vi, com profunda tristeza, uma Igreja sem Jesus. Sem a mensagem que transforma. Na porta de cada catedral é possível se deparar com alguém maltrapilho, pobre e sofrido, com copo na mão, a suplicar por uma moeda para mitigar a fome. No interior vemos colunas e mais colunas cobertas de ouro. No altar reluz o ouro como ostentação. No auditório alguns idosos, com expressões tristes, tentam manter comunhão com “Deus”. Muita riqueza no interior dos templos e profunda pobreza e miséria no seu exterior. Peregrinos, os mais diversos tentam mediante sacrifícios pessoais, obter a graça divina. Igreja rica, mas sem a mensagem que liberta.
     Até mesmo os cultos nas Igrejas evangélicas são frios, indiferentes, com adoradores, cujas expressões revelam ausência de comunhão mais profunda com Deus. Poucos jovens e crianças em diminuto número. Tudo semelhante a cemitérios frios e sem vida. A razão? Falta Jesus Cristo, O Nazareno.
     Numa sociedade brutalizada pelo pecado, a Igreja perdeu o seu poder de influenciar vidas. Eis uma das razões para as crises que assolam a maioria dos povos. Falta Deus, falta a Graça do evangelho, falta Jesus. Em algum momento da história perdeu-se Jesus, a razão de ser da Igreja.
     É triste ver a Igreja desvinculada da sua origem. Discutindo “teologias” contemporâneas, sem compromisso com a mensagem bíblica. Por não condenar o pecado, este passou a ser aceito como padrão de vida moderna. Os tempos mudaram, mas, a verdade central do cristianismo, não. Pecador implorando por esmolas testificam que o evangelho pregado na atualidade nada tem a ver com a mensagem original de Jesus.
     Tudo isso nos leva a refletir na necessidade de retorno ao cristianismo primitivo. Cristianismo que testifica que há inferno para os que não creem em Cristo. Cristianismo que qualifica o pecador como pecador. Pecado recebe o nome de pecado, não importa o seu tamanho e afasta a criatura do Criador. Salvação, só pela graça, mediante a fé exclusiva em Jesus Cristo. Não há sem Igrejas, mas pecadores que carecem da ação do Espírito Santo que os conduzem a Jesus Cristo.
     A Bíblia é a Palavra de Deus inerrante, que não carece de filosofias humanas para exercer o convencimento do ouvinte. A mensagem central da Igreja há que ser Jesus, somente Jesus. Todos os enfeites e roupagens que diminuem o valor da Palavra são questionáveis em sua eficácia.
     Carecemos de avivamento que leve o povo de Deus à fonte da água da vida. As cisternas rotas (Jer. 2.11-13) que a Igreja tem cavado ao longo de sua jornada, precisam ser relegadas. Em seus lugares há que haver o retorno à fonte das águas vivas (João 4.13-14). Há que ocorrer arrependimento sincero, pois sem arrependimento não há perdão. Não precisamos de ouro, mas da Graça que flui de Jesus Cristo, o Nazareno.
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Julio Oliveira Sanches – Bilhete de Sorocaba – OJB

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