QUANTA AGITAÇÃO!

Parece que o gigante acordou. Não é difícil associar a palavra gigante ao nosso querido Brasil. Todos reconhecem o seu gigantismo. Quer seja sob o ponto de vista territorial como o da sua potencialidade em tantas áreas. O Brasil é grande. Aliás, o nosso hino nacional, escrito por Joaquim Osório Duque Estrada, em uma de suas estrofes, assim o considera. Diz a letra: “Gigante pela própria natureza”. Numa outra parte da letra do hino, escreveu o autor: “Deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo”. Alguns já se referiram ao Brasil como um gigante que precisa despertar. Será que ele acordou? A sua gente, com a sua grandeza, parece ter-se despertado. Agitos dão indicações de que isso tenha acontecido.

Desde o último mês de junho, a sociedade brasileira vem presenciando diversas manifestações de rua. São várias as bandeiras. Muitas são legítimas. Afinal, quem pode concordar com a corrupção que tira o oxigênio da saúde, da educação, da segurança? Quem pode concordar com o distanciamento que há entre o povo e os que ocupam as funções do poder? As ruas se agitaram com a presença do povo.

Parecia que tudo se resumia às questões políticas. E isso não se confirmou. Até que chegou ao Brasil o Papa Francisco. Agito total. A Jornada Mundial da Juventude, promovida pela Igreja Romana, foi marcada como um acontecimento que mostrou um povo carente, especialmente os jovens, e a carência vista é de natureza espiritual. Vimos jovens tocados pelas atitudes de um homem, que foi descrito como humilde, simples, carismático. Um homem que se apresentou sensível à causa dos pobres.

Andou num carro simples. Abriu suas janelas. Não quis vidros à prova de balas no seu papa-móvel. Essas atitudes foram destacadas pela imprensa. Por isso ganhou a simpatia das ruas. E as ruas se agitaram. Ninguém pode negar que o agito teve ares de espiritualidade. É bem verdade, uma espiritualidade à moda da Igreja Romana. Com um evangelho lido em muitos momentos, mas permeado por uma liturgia que anulava a pessoa de Jesus. Palavras extraídas da Bíblia. Conceitos cristãos. Todos atropelados pela tradição da igreja com os seus dogmas e a devoção à Maria. Corações agitados. Lágrimas vertidas. Espíritos não saciados. Que pena! O papa foi embora. Sua ausência deixou para muitos o vazio. Agora, ficam no aguardo de 2017, quando prometeu voltar. A agitação deu lugar ao vazio d’alma. Tudo volta a ser como antes.
Diante de todos, os agitos que o Brasil tem vivido desde junho último. Que lições podemos tirar como povo de Deus? Do que vimos, ou quem sabe, do que muitos participaram, que legado fica para nós? Entendo que precisamos nos agitar. Os nossos olhares sobre tudo o que temos visto não podem deixar de produzir uma reação. Assistir a tudo e permanecer inertes aos agitos da rua é, no mínimo, uma posição irresponsável. O que aí está deve nos agitar. O povo de Deus precisa tomar uma posição. Temos a mente de Deus. Dele recebemos instruções.

Não podemos ver o nosso povo sair pelas ruas levantando bandeiras para que haja mais justiça social e ficarmos alheios como se nada tivéssemos com isso. Esses agitos devem nos atingir. Ver uma multidão de jovens atrás de um líder da forma como vimos nesses dias, no Brasil, cruzando nossas estradas, deixando os seus lares, acampando debaixo de um clima hostil, marcado pela presença do frio e chuva, em busca do preenchimento da alma, não pode deixar de ter a nossa atenção. Há um clamor. Tudo isso mostra que devemos muito à nossa gente. Temos uma mensagem. Ela é cristocêntrica. Apresenta Jesus, a única esperança para o homem e a mulher, não importa a sua idade.

“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará”. O texto é o de Paulo aos Efésios 5.14. Precisamos deixar o comodismo, se somos, de fato, um povo que segue a Bíblia. Atentemos ao que ela nos pede, logo, nos primeiros versos desse mesmo capítulo: “Sede, pois, imitadores de Deus como filhos amados, e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós” (vs. 1 e 2a). A presença de Jesus, para realizar a Sua obra entre nós, agitou o mundo. E a expectativa dele para a Sua Igreja é a mesma. Precisamos provocar um alvoroço. Uma verdadeira agitação. Você concorda comigo?

Pr. Valdo Romão
Diretor Executivo da CBESP

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