Integridade Questionada

     O objetivo desta reflexão é desafiar os ouvintes a serem pessoas íntegras no meio de uma cultura caracterizada por interesses próprios, relativismo e desonestidade. A “integridade é a qualidade do que é inteiro, completo, irrepreensível”. Também pode ser entendida como “ser aquilo que dizemos que somos”. Há muitos personagens bíblicos que poderiam ser invocados como íntegros:
     Jó é chamado de reto, íntegro e que se desviava do mal (Jó 1.1); Jeremias tinha uma missão que o levou ao calabouço, mas manteve-se íntegro; outros, entretanto, derraparam nas curvas da vida. Abraão, o Pai das nações, mentiu sobre seu estado civil; Jacó, também chamado de Príncipe de Deus, agiu sorrateiramente, ganhou a primogenitura, enriqueceu com grande esperteza, era um pai que teve suas preferências entre os filhos; Davi, o homem segundo o coração de Deus, enganou, adulterou e assassinou. Alguns, entretanto, tiveram sua integridade questionada.
     Refiro-me a José (do Egito), exemplo no relacionamento familiar. A família é, sem dúvida, uma grande oportunidade de avaliação da integridade de uma pessoa como vemos em questões de violência doméstica contra crianças e mulheres. José, que foi preferido do pai, filho da velhice, enganado pelos irmãos, teve um sonho, o contou e foi vendido pelos próprios irmãos (Gen. 37). Porém, Gênesis 45 relata uma atitude perdoadora de José, que teve uma ótima oportunidade para uma hora de revanche para com seus irmãos, porém agiu com benevolência.
     Nós que somos marido ou mulher - quais são as situações análogas que vivemos nas quais temos oportunidade de demonstrar integridade? Somos traídos; violentados? E enquanto filhos e filhas, irmãos e irmãs? Sejamos quem dizemos que somos!
     No trabalho e nos relacionamentos profissionais temos oportunidades de exercermos a integridade, tanto ativos como inativos; contratados ou aposentados. Aprendemos com José uma postura de integridade na área profissional. Em Gênesis 39, vemos que ele manteve a sua postura como mordomo diante da tentativa de sedução pela esposa do dono da casa, Potifar. Sendo depois perseguido injustamente com falsas provas, porém teve atitude certa (como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus? Gên. 39.9).
     Nas nossas atividades laborais será que aproveitamos a posição para levar vantagem ou auto promover-nos? Ou mantemos a mesma postura de José diante das tentações da nossa posição? Fazemos críticas azedas ou desleais como a esposa de Potifar?
     Como ser íntegro nas relações sociais? No relacionamento público muitas vezes agimos como apedrejadores de janelas, outras vezes nos tornamos as vidraças.
     Aprendemos com José a agarrar a oportunidade. Em Gênesis 40 e 41, ao interpretar o sonho do copeiro-mor, pediu-o para que o lembrasse dele quando estivesse com Faraó (Gên. 40.14). Quando ele foi chamado por Faraó para interpretar o seu sonho ele barbeou-se, mudou de roupa e aproveitou a oportunidade (Gên. 41.14). Em outro momento, José arriscou a fama do bom moço através da venda de cereal por dinheiro, gado, terras e escravos. Entretanto, sempre teve uma postura íntegra nos seus relacionamentos sociais.
     Como nós temos reagido mediante as situações de injustiça? Temos em José a lição que apesar de estar acostumado a ser injustiçado não aplicou a injustiça como revanche. Não criticou quando foi criticado, não tirou proveito próprio na situação, enquanto estava como governador do Egito e nem usou de nepotismo (Gên. 47.5-6).
     Quem poderia ser considerado íntegro?
     Ser íntegro não é ser perfeito, mas é ser de fato aquilo que dizemos que somos. Se dissermos que somos crentes, vamos agir como crentes na família, no trabalho e no meio que vivemos. Se dissermos que amamos a Deus, amemo-nos uns aos outros e ao próximo, praticando o evangelho que salva e transforma.
Pastor Samuel Esperandio
Diretor Executivo da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil
(O Jornal Batista)

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