Um dos erros que os pais cometem nos dias de hoje é querer não contrariar seus filhos. Nunca dizem “não” aos seus pedidos, seja para fazer uma determinada coisa ou em relação a presentes.
Nunca querem “aborrecer” ou “contrariar” seus filhos. Com isto vão criando filhos que tem todas as coisas que querem, não sabem o que é privação e vão crescendo na ilusão de que o mundo lhes oferecerá tudo o que desejarem.
Sem saberem, estes pais estão criando filhos com a “Síndrome de Adonias”.
Só para lembrar a razão do uso deste termo: Adonias era o quarto filho de Davi com Hagite. A história bíblica conta que Adonias sabia que Salomão era o escolhido de Deus para a sucessão, mas quis usurpar o trono com o respaldo de grupos desautorizados por Deus. O texto mais emblemático a respeito de Adonias está em I Reis 1.5,6. Diz o texto: “Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinquenta homens, que corressem adiante dele. E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? E era ele também muito formoso de parecer; e Hagite o tivera depois de Absalão”.
Pais que deixam seus filhos fazerem o que bem entendem estão criando Adonias nos dias de hoje. Filhos insubmissos, rebeldes, usurpadores, que não sabem escolher bons amigos. Podem ser bonitos de aparência, mas de caráter ruim.
Por que os pais tem tanta dificuldade em dizer “não” aos filhos, quando estes pedem, por exemplo, o aparelho celular do último tipo, mesmo que ainda não tenham habilidades motoras para manusear o objeto, que deixam os filhos “aprontarem” dentro de casa e não colocam limites? São muitas as possibilidades para isto acontecer, uma delas é a falta de tempo que os pais tem para os filhos e então usam deste recurso para compensar a falta da sua presença.
Filhos precisam ser criados com restrições, mesmo que façam beicinhos, que chorem e fiquem contrariados.
O ator americano, Al Pacino, certa vez contou uma experiência interessante que teve com sua mãe, Rose Gerard. Criado pela mãe, divorciada e moradora no Bronx, perigoso bairro de Nova Iorque. Todos os dias ele via, já de noite, seus coleguinhas de escola brincando na praça do bairro e sempre quis estar lá naquelas brincadeiras que iam até tarde da noite. Sua mãe nunca o permitia. Ele ficava muito bravo. Esperneava, chorava, mas sua mãe sempre foi muito firme.
Al Pacino, quando lembra deste passado em família, dá graças a Deus. Ele disse que muitos daqueles coleguinhas, hoje adultos, estão nas prisões, outros foram assassinados, outros arruinados pelas drogas. Poucos se salvaram. E ele então agradece a Deus por sua mãe e pelas contrariedades que lhe proporcionou ao dizer “não” noite após noite.
Hoje os pais querem ser amiguinhos dos seus filhos e acham que este é o melhor caminho, mas se esquecem de que os filhos não querem ver nos seus pais, mais um amiguinho, mas figuras próximas, mas que tenham autoridade (não autoritarismo que só prejudica a relação). Pais que saibam equilibrar firmeza e brandura na dose certa.
Gilson e Elizabete Bifano Vida em Família
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